Saúde do idoso
Doenças da terceira idade
No Brasil,
os idosos (pessoas com 60 anos ou mais) representam 8,6% da população
total do País. De acordo com o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, da década de 1990 para os anos 2000, a população de terceira
idade no Brasil cresceu 17%. O País tem hoje cerca de 20 milhões
de idosos. Em 2025, esse número deve passar para 32 milhões de
pessoas.
Segundo o Ministério
da Saúde, as doenças do aparelho circulatório são a principal causa de mortalidade
em idosos, com mais de 37% do número de mortes. As mais comuns são
derrame, infarto e hipertensão arterial. Em seguida, vêm tumores e doenças do
aparelho respiratório, por exemplo, pneumonia e DPOC (doença pulmonar
obstrutiva crônica, como o enfisema e a bronquite crônica). A lista completa
das doenças e as incidências podem ser acessadas no Portal
da Saúde.
A médica geriatra da
Santa Casa de São Paulo, Fabíola Borges, explica que o idoso tem alteração da
imunidade e maior risco de infecção. Diversas alterações são peculiares a cada
órgão. Características pessoais, questões sociais, dificuldades de higienização
e alimentação também influenciam no envelhecimento do
indivíduo.
Para evitar doenças e
ter uma boa qualidade de vida é preciso ter uma alimentação adequada, com a
presença de frutas, verduras, leite e vitaminas, já que o idoso tem
naturalmente falta de vitamina B. “O exercício físico para aumento da força e
da massa muscular está diretamente relacionado à saúde do idoso”, afirma. A
partir dos 40 anos, a chance de ter um melhor envelhecimento está ligado a
hábitos saudáveis.
Outro aspecto, não
direcionado a doenças, mas que garante uma boa qualidade de vida ao idoso é o
suporte social. “As relações pessoais que ele conseguiu manter, o trabalho e as
condições financeiras vão ser diretamente ligados ao envelhecimento”, conclui.
Tumores também são
frequentes fatores de mortalidade em idosos. Segundo o médico oncologista
e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Hakaru Tadokoro, os
casos de câncer no Brasil aumentaram porque a população está
envelhecendo mais. A doença é mais comum em pessoas com mais de 55, 60 anos,
pois o organismo está exposto a substâncias nocivas há muito mais
tempo.
O fumo é um dos
principais fatores desencadeantes do câncer, além de comida gordurosa,
industrializada, alta ingestão calórica e obesidade. Os mais comuns
aosidosos são os de próstata (homens), de mama (mulheres)
e no pulmão. Segundo o especialista, de 80% a 90% dos casos têm cura
se o diagnóstico é precoce.
As pessoas se tornam
mais vulneráveis com a idade. De acordo com o professor livre docente em
cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP),
Maurício Wajngarten, as doenças crônicas não-transmissíveis vão se acumulando,
assim o diagnóstico na pessoa idosa é mais complexo e exige uma avaliação
ampla.
Todas as doenças
cardiovasculares, respiratórias, cerebrovasculares (AVC), diabetes e até o
câncer podem ser consideradas doenças crônicas. Elas
representam no Brasil 72% das causas das mortes. Quando se vive
mais, há mais chance de ter uma doença crônica, daí a preocupação para que haja
controle e prevenção. “O indivíduo pode viver com hipertensão e diabetes, por
exemplo, mas precisa ter controle”, resume a gerontóloga.
A gerontologista e
coordenadora nacional da Saúde do Idoso, do Ministério da Saúde, Luiza Machado,
diz que o envelhecimento não começa aos 60 anos e sim quando o bebê ainda
está no útero da mãe. Os hábitos saudáveis de vida desde a infância
vão determinar a saúde do idoso. Como a expectativa de vida aumentou muito e o
envelhecimento noBrasil é um fator relativamente novo, é preciso
capacitar e formar profissionais de saúde para lidar com os problemas. “Hoje a
expectativa de vida é de cerca de 75 anos de idadeno País e pode chegar a
120 anos daqui a 50 anos”, diz.
A Área Técnica da
Saúde do Idoso desenvolve ações estratégicas com base nas diretrizes contidas
na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, para promover o envelhecimento
ativo e saudável, a manutenção e a reabilitação da capacidade funcional. Um
idoso saudável tem a autonomia preservada, tanto a física como a psíquica.
Fontes:
Ministério da Saúde
Ministério da Saúde
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